Frascos de perfume

Quem não ficaria feliz com os perfumes da René Lalique? Os frascos originais do artista e designer de embalagens francês já são atribuídos a aromas de cerca de 60 marcas de perfume, como Coty e Guerlain. Nos leilões famosos, os preços de tais frascos podem se equiparar a mesma faixa dos vasos e outras obras de arte.

Só que o design de um dos frascos mais famosos do mundo — para a fragrância L’Air du Temps, de Nina Ricci, aquele que possui as duas pombinhas se beijando — não foi desenvolvido por Rene, mas sim pelo filho dele, Marc. Apenas a “obra de vidro”, sem o icônico perfume embutido, custaria aproximadamente de mil libras. Já os frascos vintage, lançados após 1950, custariam pelo menos 400 libras.

Já a soviética Brocar & Co comumente convidada artistas famosos para produzir as embalagens de vidro para seus aromas. O frasco para a fragrância Norte, por exemplo, foi criado pelo pintor Kazimir Malevich. Não havia economia para produzir os frascos, e era difícil produzir o “efeito de rachaduras” no frasco em formato de iceberg. Da mesma maneira existia a dificuldade de criar a imagem de um urso polar esculpida na tampa.

Depois da revolução, por conta do contínuo barateamento de produção, o frasco se transformou tanto que os especialistas começaram a se referir a ele como o “perfume do castor”. Vários colecionadores, amantes de peças originais e fãs do pintor, disputavam entre si para conseguir esse frasco nas versões originais, com pequenas alterações na estrutura. Já os modelos lançados após os anos 50 só seriam interessantes para aqueles realmente apaixonados pela fragrância.

• Demos de aniversário este perfume ao meu avô, mas ele não gostou do aroma e o frasco ficou parado na estante por muito tempo, apenas como decoração. O vidro acabou quebrando durante uma obra, mas guardei a cabeça do urso, que hoje fica em cima da minha mesa de trabalho. © Замечательный Парень / Яндекс.Дзен

Outros Perfumes

Há uma diferença entre o frasco original da fragrância icônica soviética Krasnaya Moskva e suas versões que vieram depois. O design inicial foi um trabalho de Andrey Evseev, um artista da fábrica Novaya Zarya. O arco em alto-relevo e a embalagem, que faziam menção à muralha do Kremlin, mudaram longo do tempo. Por isso a primeira versão pode ser vendida facilmente por 200-500 euros, e os modelos que vieram depois são muito mais baratos.

Falando sobre os 1.500 primeiros frascos que comportavam o perfume de Salvador Dalí, devemos lembrar que foram feitos de cristal, e eram numerados e assinados pelo artista. A inspiração para a obra foi um de seus quadros, Aparição do Rosto de Afrodite de Cnidos. Posteriormente o perfume foi produzido em massa e, apesar de ter sido mantida a estrutura, as assinaturas passaram a ser estampadas na fábrica, e não à mão diretamente pelo artista.

Já no ano de 1965, a empresa americana Avon lançou frascos com os mais variados formatos. Eles iniciaram como um sapato; posteriormente fizeram figuras femininas em roupas antigas, animais e chegaram até mesmo a artigos domésticos. As fragrâncias masculinas normalmente apresentavam frascos em formato de carros de diferentes marcas, cachimbos, torsos de presidentes e até teve tênis da Adidas.

A empresa adotou em sua ideia o fato de imaginar que pessoas não comprariam os produtos apenas pelo aroma, mas também pelos frascos, que, depois, poderiam ser usados como brinquedos infantis ou até na decoração de casa. Apesar de atualmente muitos deles não terem valor elevado, alguns modelos raros ainda podem custar uma verdadeira fortuna. Todos eles estão listados no livro Enciclopédia de colecionadores Avon.

Haviam colecionadores de frascos produzidos na Checoslováquia e na Polônia. Muitos desses frascos não são caros, mas o design é verdadeiramente especial e belo para ficar, por exemplo, na penteadeira ou no gabinete do banheiro.

• Tenho este frasco. É feito de porcelana com uma tampa de latão dourada e uma flor desenhada como decoração. Há versões similares, em vidro, de diferentes cores (azul, verde, bege), muitas vezes, com imagens metálicas no design, criando, assim, um padrão bastante único e detalhado. Tais frascos são, também, embelezados com pedras ou joias. O valor pode variar de 20 dólares a 40 dólares, dependendo do estado de conservação e do nível de raridade. © Блошка Барахольщица / Яндекс. Дзен

Bolsinha de maquiagem

Se imagina que a minaudière, uma espécie de estojo feminino para armazenar pequenos itens, foi desenvolvida em 1932 por Charles Arpels, um dos fundadores de uma famosa joalheria. Ao que tudo indica, ele viu uma senhora guardar o pó e o batom em uma pequena caixa de metal e resolveu fabricar porta-maquiagens luxuosos com decorações.

Os modelos antigos são diferentes dos modernos principalmente pela organização do espaço interno. Eram feitos de materiais pesados com pequenos compartimentos para itens essenciais em miniatura, além de acompanhar um espelho e espaço para guardar outros poucos acessórios. Essas versões eram fabricadas de metais valiosos e decoradas com pedras preciosas. Atualmente tais itens estão avaliados na faixa de mil euros.

• Esta é uma minaudière do começo dos anos 1920. O buraco menor à esquerda é para o blush; o maior, para o pó facial. As circunferências à direita comportam moedas de 1 e 5 centavos. © cecikierk / reddit

O “Santo Graal” dos colecionadores é o estojo para batom e pó “Bird in Hand”, desenvolvido por Salvador Dalí. Ele tem formato de um pássaro e é revestido com ouro. Na cabeça da ave se localiza o batom; nas asas abertas está o pó. O preço dessa peça vintage única pode facilmente passar das 5 mil libras.

Pó facial

A maquiagem foi considerada um traço marcante das meretrizes com o passar dos anos. Uma dama de respeito só poderia usá-la para “melhorar a cor do rosto”, e de maneira alguma poderia fazer uso em público. Foi nessa época que surgiram as paletas pesadas de pó com leves esponjas aveludadas. Elas fizeram tanto sucesso na época que era muito difícil encontrar uma mulher que não tivesse tal item na sua mesa de cabeceira. O produto era vendido em caixas de papelão.

Mas na década de 1920 as coisas mudaram. A sociedade passou a “aceitar” que as mulheres corrigissem a maquiagem em público e, mais tarde, surgiram os pós faciais de bolso. As embalagens eram pequenas, pois tinham que caber em bolsas minúsculas que as senhoras da época levavam quando iam aos teatros, bares ou restaurantes. Os materiais mais comuns eram a prata, o latão e o esmalte. Haviam modelos que carregavam caixinha de música embutida.

A Kigu lançou duas versões do famoso pó facial dourado “Disco voador”, que incluem o anel de Saturno na borda e uma constelação em azul-safira no centro. Algumas peças possuíam caixinhas de música embutidas. Já os modelos mais simples poderiam custar 300-400 libras, e os com música custariam duas vezes mais.

No meio do século passado, depois da Segunda Guerra Mundial, se iniciou o desejo nas mulheres de sempre se embelezarem. Os pós se tornaram mais brilhantes, chamativos e glamorosos. Globos, máscaras, pássaros, ursos de pelúcia eram mais procurador à medida que ficassem mais irreverentes no design. Um exemplo disso é o pó facial em formato de telefone discado da Elsa Schiaparelli (aliás, Salvador Dalí também participou da sua criação) que pode sair para um colecionador por 200-300 libras, de acordo com o estado da peça.

Batom

Historiadores de moda até hoje debatem sobre quando surgiu o primeiro batom e quem foi o inventor. De toda maneira, acredita-se que, até 1923, quando o mecanismo de girar o batom foi criado, as pessoas usavam uma espécie de alavanca para fazer o bastão subir. Essa teria sido a grande diferença entre os batons raros e antigos para os que apareceram a partir do início dos anos 20.

Na década de 1950, a empresa Revlon (em colaboração com famosas joalherias, como Van Cleef & Arpels) lançou uma coleção de estojos para o batom Futurama. Grande parte dos colecionadores de cosméticos vintage sonha em ter um mdoelo como esse. Ele pode ser adquirido por pelo menos 100 libras.

Rímel

Falando sobre rímel, há também algumas peças raras para os colecionadores. Abaixo temos uma caixinha de máscara para cílios da Maybelline. Em 1932, quando foi lançado, esse estojo de papel (com a barra e a escova dentro) custava apenas 10 centavos. Hoje é preciso pelo menos 50 libras para comprá-lo.

Mas o maior tesouro das máscaras para cílios foi o primeiro rímel automático, Mascara Matic, da Helena Rubinstein. Esse tubo aparentemente simples, parecido com uma caneta fina de ouro, pode custar 3 mil libras.

Bônus № 1

“Minha bisavó tinha alguns pós Art Déco, mas a maioria deles foi perdida durante a Guerra Civil ou a Segunda Guerra Mundial. Outra parte foi confiscada pelo governo, como ‘lembrança do capitalismo’. Nos anos 1980, restavam poucos: praticamente não eram usados e minha mãe conseguiu salvar apenas um, mas não se lembrava de onde o havia guardado. Mais tarde, depois de quase 100 anos, esse pó foi encontrado! Hoje, não tenho nem coragem de limpá-lo, pois é um item de grande valor sentimental para toda a minha família.” © TheGoldenSmartie / Reddit

Bônus № 2

“Há algumas semanas, atualizei meu status no Facebook dizendo que gostaria de um pó compacto vintage. No dia do meu aniversário, meu pai jogou esta caixa na mesa da cozinha e, nervoso, disse: “Espero que você goste. Para mim, são coisas sem valor e inúteis, mas, como você escreveu no seu Facebook que queria, encontrei tudo o que pude. Escolha o que preferir, e o resto pode jogar fora.’”

“O que encontrei dentro da caixa era uma verdadeira e incrível preciosidade, como mostro na foto abaixo:”

“Fiquei muito emocionada com o gesto do meu pai. Ele deve ter passado muito tempo procurando essas coisas. Pelo que minha madrasta disse, ele não desgrudava do telefone nem durante as férias, para saber se ia conseguir as peças nos leilões da internet.” © BuyMeLotsOfDiamonds / Reddit© BuyMeLotsOfDiamonds / imgur

 

• Na década de 1990, um colega meu colocou à venda um carro da Polônia por 11 mil reais. Foi seu amigo que comprou o veículo. Em um acidente de carro, ele amassou a porta e a soleira. Quando desmontou a porta, encontrou um envelope com 5.000 marcos alemães. © Vitaly Pavlov / Facebook
• Há muito tempo que costumo fazer compras em lojas de segunda mão. Quando chamava a minha amiga para ir junto, ela se recusava porque tinha vergonha. Mas, certa vez, emocionada, ela me ligou e disse que tinha acabado de comprar uma jaqueta da Armani por 60 reais: “Eu estava indo a uma reunião, mas acabei passando em um brechó no caminho. Dei uma olhada nas roupas e me deparei com uma jaqueta nova, de qualidade e com uma etiqueta da Armani. Decidi comprá-la”. Os iniciantes sempre têm sorte.

• Sou um cartofilista: coleciono cartões-postais. Um dia comprei uma caixa cheia deles por um preço ridiculamente baixo. Resolvi vendê-los em um leilão on-line. Ganhei 220 reais (e poderia ter ganhado ainda mais) por um cartão-postal que consegui comprar por 1 real. © Irina Yakovenko / Facebook
• Meu marido e eu compramos um pequeno vaso de porcelana chinesa. Ele ficou na prateleira por muitos anos, decorando a sala de estar. Durante uma limpeza acabei quebrando-o. Acontece que o recipiente estava cheio de notas de 5, 10 e 20 dólares. Acho que uma dona de casa escondia nele o dinheiro de seu marido e, quando chegou a hora de vender o vaso, teve de fingir que não havia nada dentro. © Ken Berkun / Quora

• Nos anos 1990, quando a minha família passava por um período de crise financeira e eu ainda era criança, o meu pai comprou uma jaqueta por uma ninharia. Em casa, encontramos alguns marcos alemães dentro de um dos bolsos. Nós os trocamos por uma boa quantia de reais. Esse dinheiro nos ajudou muito, porque os meus pais estavam com o salário atrasado já havia seis meses e não tinham o suficiente nem para comprar comida. © Lyudmila Skvortsova / Facebook
• Os vizinhos dos meus parentes, que moravam em uma casa de campo, queriam vender para eles seu terreno. Eles o recusaram, pois não tinham condições de pagá-lo. Depois de algum tempo, um homem tomou posse do local e começou a reformar o quintal. Ele passou a cavar o terreno e desenterrou um enorme recipiente de metal, que cortou em pedaços e levou para a reciclagem. Esse homem conseguiu um valor três vezes maior do que o utilizado para fazer a reforma. © Daria Sheveleva / Facebook

• Por volta de 20 anos atrás, uma amiga minha comprou um sofá que viu em um anúncio colado por um casal em um muro. Após alguns meses, o móvel rasgou e, durante o conserto, ela descobriu 16.800 reais dentro dele. Provavelmente, era a reserva de um dos cônjuges. © Natalia Zayakina-Gorobets / Facebook
• Comprei fotos antigas no eBay por 130 reais. Mais tarde, vendi cada uma por 3.300 reais em um leilão. Em seguida, comprei outra por 560 reais e consegui vendê-la por 9.900 reais. © Yulia Stektser / Facebook

• Moro na Itália. Certa vez, dei de cara com uma mesa de cabeceira em um brechó. Levei-a para casa e, quando estava lavando as gavetas, me deparei com cerca de 100 g de joias de ouro. © Liliya Serheyeva / Facebook
• Em um dia chuvoso, a minha irmã e eu fomos a uma loja de segunda mão nos arredores do hotel onde estávamos hospedadas nas férias. Comprei alguns pares de brincos vintage muito bonitos: um foi feito especialmente para a série Dinastia, o outro é da marca Yves Saint Laurent, e o terceiro, da Gucci. Cada par me custou 16 reais. Seu valor real é de cerca de 550 reais, mas não pretendo vender nenhum. © Lana Yar / AdMe

• Trabalho em um brechó. Certa vez, uma mulher nos doou uma bolsa velha, e outra a comprou em seguida. Mais tarde, a primeira cliente voltou e disse que sua filha tinha escondido todo o ouro dela naquela bolsa. Sim, isso também pode acontecer. © Victória Savisko / Facebook
• Quando criança, eu estudava em um grupo de teatro. Um dia, eu encontrei uma bolsa com o fundo rasgado entre alguns adereços. Levei-a para casa e pedi que minha mãe a consertasse. Ela removeu o forro antigo e descobriu um envelope com uma decente quantia de dinheiro. © Julia Kantaria / Facebook